A oposição de Pimenteiras alega que sofreu mais um episódio de intimidação que reforça a preocupação com o uso abusivo do poder político no município. Em um incidente recente, o veículo da coligação oposicionista parou em um posto de combustível na cidade de Pimenteiras — estabelecimento controlado por familiares da situação — para abastecimento, mas foi surpreendido pela recusa em fornecer diesel, sob a alegação de falta de combustível. Minutos depois, porém, caminhões ligados à prefeitura abasteceram no mesmo local, revelando uma estratégia de sabotagem direcionada a prejudicar o trabalho da oposição.
Segundo a oposição, esse padrão de comportamento é apenas mais uma das tentativas de coação contra adversários políticos, que lutam para garantir uma fiscalização eleitoral efetiva e transparente. A oposição destacou que, sem acesso ao abastecimento nos postos da região, têm sido obrigados a buscar combustível em outras cidades, o que eleva os custos e dificulta as operações de fiscalização, prejudicando suas atividades de monitoramento e supervisão das práticas eleitorais no município.
Para aumentar ainda mais a tensão, após o veículo da oposição deixar o posto e seguir viagem, a prefeita, que estava em um comboio logo depois, comunicou às autoridades que estava sendo “perseguida” pelos opositores. Tal acusação culminou na intervenção de uma viatura da Polícia Militar, que abordou o veículo da oposição, sob a justificativa de ameaça e perseguição.
No entanto, de acordo com membros da coligação opositora, a alegação não passou de uma tentativa mal disfarçada de intimidá-los e criar um falso cenário de vitimização por parte da prefeita. “Não houve qualquer atitude que justificasse essa intervenção. Estávamos apenas desempenhando nossa função de fiscalizar o processo eleitoral, mas a prefeita, abusando de sua posição, tentou criar um incidente para nos desmoralizar”, afirmou Levi Feitosa
Levi Feitosa alega, ainda, que, antes desse fato, já havia sido abordado pela Polícia Militar, onde foi revistado ele e o carro em que estava, deixando claro e evidente que é uma tentativa de intimidar a oposição.
A oposição também alega que além de manipular o acesso a serviços essenciais, como o abastecimento de combustível, a prefeita é acusada de exercer pressão sobre a população local, especialmente os servidores municipais e suas famílias. A oposição afirma que muitos eleitores, que dependem de empregos públicos, têm sido coagidos a demonstrar apoio à administração atual, temendo retaliações.
Ainda conforme o grupo de oposição, a situação se agrava ainda mais com a atuação da própria Procuradora do Município, que estaria advogando pessoalmente em causas da prefeita e atuando como uma espécie de defensora particular da gestora. O uso do aparato jurídico municipal para interesses pessoais é um grave desvio de finalidade e um exemplo claro de abuso de poder político. Quando constatada, essa prática viola princípios de imparcialidade e coloca em xeque a ética administrativa, o que, segundo a oposição, poderia se configurar no uso da máquina pública para fortalecer a posição da prefeita e sufocar qualquer movimento de oposição que desafie a atual gestão.
Com esses eventos recentes, a coligação oposicionista afirma que já está reunindo provas para formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público Eleitoral. O objetivo é garantir que a prefeita e sua base política sejam investigadas por abuso de poder e uso inadequado das forças de segurança para coagir adversários e influenciar eleitores.
“Não vamos nos intimidar. Continuaremos denunciando e lutando para que os eleitores de Pimenteiras possam ir às urnas sem medo de represálias, sem sofrerem pressões indevidas. A democracia exige respeito e igualdade de condições para todos os candidatos”, afirmou o líder da oposição.
A oposição fez um apelo às autoridades eleitorais e à população de Pimenteiras para que não se deixem abater por essas práticas. “A prefeita pode tentar nos calar, mas o que ela não pode é impedir que os eleitores conheçam a verdade e façam suas escolhas com base na consciência e na vontade própria”, destacou o líder da oposição.
O caso de Pimenteiras serve como alerta para todos os municípios brasileiros: é preciso garantir que as eleições ocorram de forma justa e que todos os candidatos tenham liberdade para competir em pé de igualdade, sem o peso de uma máquina pública sendo usada para fins eleitorais. A expectativa agora é que a Justiça Eleitoral se posicione de forma firme para assegurar que as práticas abusivas não sejam toleradas e que o pleito em Pimenteiras ocorra dentro dos limites legais e éticos que o processo democrático requer.