Tramita na Câmara Municipal de Pimenteiras–PI uma proposta da Prefeitura Municipal que prevê a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A iniciativa foi debatida em duas sessões extraordinárias, realizadas nos dias 14 e 16 de janeiro, antes mesmo da abertura oficial do ano legislativo.
A criação da nova secretaria tem gerado críticas por parte de representantes de classes sociais, que apontam a desnecessidade de uma nova pasta. Segundo eles, os serviços propostos já são desempenhados por órgãos existentes, como as secretarias de Obras, Meio Ambiente, Agricultura, dentre outras.
O ex-vereador Gean Lucas, em pronunciamento pelas redes sociais (veja vídeo no fim da matéria), teceu críticas contundentes à proposta e ao processo de tramitação do projeto. Ele destacou a rapidez das discussões e a falta de transparência, alegando que as sessões não estão sendo transmitidas pelas redes sociais e que representantes da sociedade não tiveram oportunidade de se manifestar.
“Já tiveram duas sessões extraordinárias na Câmara Municipal para analisar três projetos, e o ano legislativo nem abriu ainda. Todos em regime de urgência, às pressas e às escuras, porque as transmissões ainda não estão sendo realizadas. Inclusive, negando o direito dos setores que representam as classes de manifestarem na Câmara”, afirmou.
Segundo Gean Lucas, o projeto de criação da SDR prevê a inclusão de 11 cargos comissionados, o que ele considerou como “cabide de emprego” e “ajeitamento político”. Ele também questionou a necessidade da nova secretaria, argumentando que os serviços já são executados pelas secretarias existentes ou por empresas contratadas. “Esse projeto apenas quer pegar R$ 250 mil do nosso dinheiro e pagar salário de servidores ligados à Prefeitura Municipal para darem recado sobre problemas que a população mesmo pode informar”, disse, citando exemplos como a queima de bombas de poços e manutenção de iluminação pública.
Além disso, o ex-vereador criticou outro projeto discutido na mesma sessão, que trata da instituição do piso salarial dos professores. Ele apontou falhas na proposta, como a falta de garantia das vantagens previstas no Plano de Carreira, a não extensão do direito aos professores inativos e a exclusão dos contratados. “Quer dizer… trabalham oito meses por ano, são colocados para fora e ainda não têm direito ao piso com esse projeto da Prefeita”, afirmou.
Gean Lucas também criticou a rejeição de um pedido de vistas solicitado por vereadores da oposição para análise mais detalhada das propostas. “Isso demonstra uma falta de interesse em representar o povo. Nem falas foram proferidas em relação ao projeto. Nenhuma opinião esses vereadores têm para dar ao povo de por que estão votando nesses projetos?”, indagou.
A sociedade acompanha atentamente o debate em torno das discussões políticas no município de Pimenteiras. A questão central é compreender quais serão os interesses priorizados ao final: os que atendem amplamente às necessidades da população ou os que refletem as demandas de uma parcela específica que afirma representá-la.
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